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De repente é como se eu só pudesse ficar imóvel, imóvel, imóvel. Estou cansada de mim mesma, cansada das minhas fraquezas. Absolutamente cansada de sentir tanto, tudo. É como sinto, sem amparos, sem suportes, tudo tanto, tanto tudo, sempre. Cansada. Demais. Peço trégua nem sei de quê. Falta colo não sei de quem. Minha vida é minha vida é uma história que nem sei se quero contar. O que eu poderia! Quanto poderia!

De repente é como se eu só quisesse ficar imóvel, imóvel, ah....lágrimas não aliviam nada. O vazio profundo de ser eu. Solidão. Falta de alguém (“Mas falto eu e essa lacuna é tudo!”). Mas que força é essa de reformar tudo? Reformar quem sou eu, querer eu, minha persona. Nenhum abraço, não há conforto, há apenas eu, eu como vocês. O que fazer com tanto desejo de viver? Está ficando tarde demais...

Choro, qualquer coisa é desculpa pra chorar. Qualquer lágrima é refúgio de mim mesma. Toda dor é hábito desconhecido. Crises, crises tantas crises. Quedas, subquedas, muitas constantes quedas. Respiro, controlo.

Falta combustível, e como se eu não conhecesse o meu álcool! Injeção súbita de paixão, urgente, já! Me apaixonem que não posso sem isso! Paixão inventada, que seja. Vou criar, mentir pra mim que quero qualquer coisa. Me apaixonem depressa, que preciso me salvar!

Elle Henriques
Enviado por Elle Henriques em 27/07/2010
Código do texto: T2401669