O INDIGENTE

Alma carente, mal trapilho, sujo cheirando mau, "vivendo"ao relento,
ora andando ora se arrastando, outro tanto mancando numa perna só,
imágem de causar dó!

A noite chega o mundo se aconchega, só êle não tem onde chegar,
todos se deitam só êle não tem onde se deitar!

Sob marquizes, sobre jornais, se abriga como pode do sol, da chuva,
do frio a lhe açoitar não apenas o corpo mas também a alma.

Para viver tem que comer, para comer tem que pedir, para pedir tem que chegar, sua presença causa repulsa a alma mais caridosa, que prá se livrar ou se justificar perante Deus, atira-lhe uma moeda e pede -lhe que se vá com DEUS!

O seu colchão é de pedra nas calçadas, sua coberta a pedra em que
está viciado, a chuva seu martírio, trapos molhados frio triplicado.

DOE UM AGASALHO NESSE INVERNO.
LIVRE O INDIGENTE DE SEU INFERNO.