Conversando com Neruda - primeiro momento

 
 
Sentados num banco de praça
Em local arejado e não definido
Ano inesquecível, pleno verão
Conversamos Neruda e eu

Desde criança, desabafou
Por que os imensos aviões
Não passeiam
Com seus filhos?

Ah, Neruda, acho que
Certamente os helicópteros
Ainda não tem asas
Para voar nas alturas

A conversa seguia maravilhosa
Ele, então, falando de jardim
Questionou assim : a rosa está  nua
Ou só tem esse vestido?

Como nunca fui jardineiro
E não discuto flores
Parei um pouco e pedi
Um tempo para responder

Agora te respondo com cautela
Ela tem um manto que surge
De vez, tido como coloração
Que muda no fim de cada dia

A hora estava um tanto avançada
E ele se despediu com uma pergunta
Ha algo mais triste no mundo
Que um trem imóvel na chuva?

Eu já tinha como responder
Mas deixamos para o dia seguinte
No mesmo banco, na mesma praça
E no mesmo horário. ( Segue o encontro).
LeandroRecife
Enviado por LeandroRecife em 06/08/2010
Reeditado em 24/07/2017
Código do texto: T2421204
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