Poetas do Recanto, no encanto do encontro...

Os versos se fazem música ao tocar as almas.

Como brisa sensível as toma perfumando

Trocando átomos aquecidos no vértice da palma.

Colorindo os corpos com emoções que emanam.

De pronto, abrem-se os portões do Encantado universo.

Deslumbrante jardim onde voam entidades dançantes.

Seres viventes, pulsantes, alimentado de emoção e verso

Apenas sombras, corpos sem ossos, lendas perambulantes.

Quimeras aladas, beija-flores brilhantes, sóis, luas nuas,

Serpenteando flores, leoas famintas entre os luminosos

Carregadas de desejos – que é a sua prerrogativa afinal.

Como corpos etéreos, do sonho, madrugam rimas nas ruas

Antenas alçadas dos lençóis ao aconchego dócil, manhoso.

Versos vorazes, que se fazem mãos ávidas de ardor total.

Mar de deleitosos sentir, em ti encerras o mistério do sal.

Presente, abundante em lágrimas que orvalham os versos.

No sabor do suor escorrido entre palavras e carícias tal

Inflamáveis líquidos que incendeiam orgasmos submersos.

O calor nos corpos incendiados de poesia os derrete

Em pulsante estertor, os músculos, a carne arde, treme.

Explodindo larvas entre as pernas ao real nos arremete.

Mas, delirante, sedoso, tão concreto que a alma geme.

Geme e dança sobre si a alma incendiada pela lenda.

Celebram no encontro derrubando muros e pilares.

E o desejo do toque para além da terceira margem.

Há um sol que brilha neste horizonte, talvez uma fenda

Entre os dois mundos, de versos viventes em luas e mares

E os corpos suados de desejo que ao amor se estendem.

Ao amor gozado a sombra de vorazes versos perfumados!

Ao corpo vivo que sobrepõe a fugazes seres viventes,

À canção do querer gravada na pele dos corpos incendiados

Ao saber-se real, desejo que age na alma impiedosamente

Ser a mão que escreve os versos pintados de sonhos

Ser os versos. Pairar sobre o encantamento em vôo raso

Descer sem saltos da lenda, pés descalços, sem manto.

O mágico “insight” eurecando o novo a versos tristonhos

Pés no chão. O vulcão desperto ressuscita a pena, nasce

A lenda segue seu caminho, serpenteando vôos tênues

Mas nascido entre as coxas de seus desejos, vive a pena

Vive a mão que a escreve, e o coração pulsa acordado.

Um ser novo a correr contente entre os versos dos poetas

Poetas do recanto, no encanto do encontro das frases

A lenda é real e segue seu caminho sendo o que é, lenda

E os versos continuarão dançantes, poesias de encontros.

... O coração pulsa acordado, escreve, paira sobre a lenda.