(profético)

No horário de Vésper,
postaram-se portentosos
arqueiros sob o sol.
Entre as colinas esperavam por nós,
mais pareciam sacerdotes sálios,
(devotosde Marte e da morte).
Como tolo, cheguei
a invejar a tenacidade do inimigo.

Em meio a cruenta batalha,
uma das flechas rasgou o vento
como lança ávida pelo corte, atingindo-me.
Eu, que acreditava defender
o lado divino da causa.
Pois, sempre acreditamos assim...

 
Porém, os arqueiros práticos,
sem piedade, singraram-me a aorta
espatifando o externo em dois pedaços.
A morte afagara-me ferozmente.

Desesperado,
supliquei clemência para viver.
Então, para minha surpresa
vi o afamado Avatar sorrir largamente.
Tinha numa das mãos uma lira,
da qual entoava uma inconfundível harmonia,
induzindo-me a uma irremediável paz.

Corri com as forças que me restavam
em sua direção para abraçá-lo.
Ao fazê-lo, pude perceber que em sua outra mão,
segurava o arco da qual partira a abominável seta,
que naquela tarde mortalmente me ferira.