BACO A ESCORRER SUAVE E DOCE PELOS LÁBIOS.
Uma busca que ultrapassa o limite visível das paredes.
Com a singularidade de ser um espetáculo, mas que não é
Transforma o “atuante” em ator, antes o faz espectador
De si mesmo, onde seus desejos é o discurso afinal
Na arena o desejo constituído, do escritor, como guia
O espetáculo e os desejos de cada um, vividos ali
Muitos caminhos do labirinto pessoal a serem percorridos,
Descobertas, perplexidades, encantamentos, contemplação.
“... e essa contemplação sensível, tátil, opera uma inquietação, o afeta profundamente.”
Aqui é um espaço para além do espaço discursivo, um lugar
Lapidação da pedra preciosa de cada um, encontro pessoal.
Olhos... Olhos nos olhos. Nariz... Olhos na boca. Cada um
Olhando o outro lábio, ali junto ao seu. Sentido respirar
Olhos que vêem só os lábios. E de tão perto, fecham-se.
Os lábios umedecidos... Línguas a devassarem o céu.
Céu de estrelas diante dos olhos fechados. Encontro
A lua brilha no céu das bocas que se beijam...
Os pelos eriçam-se na superfície, suave entre os corpos.
Uma vontade submersa de fundir-se, enroscar no outro
De saborear mais e ser saboreado ao toque, ao abandono.
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Genitálias em polvorosa lubrificam-se naturalmente
O volume percorrendo as entranhas invadindo as frestas
Mãos ávidas, sensações aguçadas no mar de desejos
Prazer, contração, contenção ao extremo, emoção do entrar
Escorregando, aconchegante, quente, destruindo as defesas
Líquido pulsado, explodido, sensação profunda de delírio
As almas fundidas pairando acima dos corpos, expandidas
Explodindo magnífica dentro corpo que agasalha
Corpo que acolhe explodindo também, rompendo diques
Baco a escorrer suave e doce pelos lábios
Pulsando feliz como um coração nas estrelas
Languido beijo selado ao relaxar...
Gemidos culminados em gritos dilacerantes
De prazer...