Despedindo...

...sentada na cadeira de balanço, deixo meus pensamentos fruir,hoje eles estão desencantados,amordaçados,querendo liberdade a que tentaram lhe proibirem.

Olho lá em baixo o chão coberto por uma capa preta de asfalto sem vida,este tomou o lugar das plantinhas que germinavam floridas,encantadas e perfumadas,as gramas verdes já não mais existem e meu coração chora silencioso querendo explodir.

Há lixo por toda parte,nas ruas e valetas das águas fluviais...me pergunto:Por onde anda a consciência dos seres humanos que vivem a degradarem o meio ambiente?E onde estão os órgãos competentes que são pagos para cuidarem do meio em que vivemos?

Tudo me oprime neste dia, nesta manhã onde um sol forte e alegre me convida a viver, sorrir...ele toca-me a face silenciosamente,suavemente,mas até seu toque hoje me irrita.

Meus olhos se fecham ante esta dor sufocante que insiste em me derrotar, até meu estômago grita a dor da gastrite, as mãos trêmulas tentam escrever algo belo, uma poesia, mas só consegue escrever estas “porcarias de lamentos”,estes pensamentos que a nada levam ou bem produzem.

Desvio meus olhos para o lado, sobre uma floricultura, examino as plantinhas tão lindas,verdes e floradas,algumas já com frutos pequeninos...minha alma assolada pela dor deixa o grito morrer sufocado na garganta onde se formou um nós apertado a tirar-me o fôlego...não há mais palavras a serem ditas,a boca agora se fechou e todas as palavras se tornaram”malditas” para quem as pudessem ouvir...meu corpo agora vagueia sem rumo,sem vida,sonâmbulo,alma penada,desnutrida de qualquer vontade,sentimento,amargurada,entrevadas,inválida,ressequida...

não há mais vontades,desejos,sonhos,só existe o frio que adormeceu o peito gélido e enegrecido,as forças deixam meu corpo aos poucos,onde tudo perde o sentido...os olhos embaçados observam os transeuntes que passam e os classificam como pobres e coitados a lutarem pela vida...

Que me importa a morte?Ela muitas das vezes chegam-nos assim de mansinho em vida e quando percebemos os sonhos já morreram um a um,as pessoas já partiram sem adeus e notamos que por mais que nos doamos,nunca somos reconhecido,eu até entenderia que não houvesse agradecimento,pois não faço nada com o propósito de receber...mas daí saírem a dizer que nunca fiz nada,que nada faço,isto machuca como faca de dois gumes...

Hoje, nesta hora me vejo sem opção de vida, sem alento,sinto-me morta por dentro emocionalmente...a vida esvai-se lentamente como se em minhas veias houvessem venenos...

Tu sabes que hoje estou aqui despedindo-me da vida, que só tenho a ti a quem recorrer nesta hora tão doída...venha para mim, me tome em teus braços de amor ,e reviva em mim toda a vida que eu tanto amava!Coloca em meus lábios aqueles lindos sorrisos...Em meu coração a vontade de viver...E faça resplandecer um mim a luz do teu amor,pois eu te amo tanto,tanto!

Rosa D Saron

10/08/2010

Rosa D Saron
Enviado por Rosa D Saron em 20/08/2010
Reeditado em 25/12/2014
Código do texto: T2448596
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