ROTINA NO INTERIOR DA SELVA

ROTINA NO INTERIOR DA SELVA

O luar penetrava

Entre as copas das árvores

Ás margens do lago,

A face da Lua resplandecia

Sobre a serenidade das águas,

A sutil beleza deste momento

Quebrava-se apenas

Nas investidas dos tucunarés

A caçar pequenos carás.

Sobre troncos tracajás

Vêm à Lua espiar,

Enquanto imóveis

Tingas aguardam presas

Descuidadas que vêm

No lago sua sede matar.

Gritam alegres bugios

Em desvairados cios

Nos cumes das samaumeiras

Para a perpetuação da espécie.

Morcegos em voos rasantes

Caçam insetos abundantes,

Enquanto a sucuri enlaça

Um catitu dando-lhe

O abraço da morte

Esmagando-lhe

Os ossos lentamente...

Esturravam as onças

No seio da mata,

Distante o homem

Da floresta a tudo

Assistia indiferente

Com a isca posta na água,

Recolhe a malhadeira

Tirando dela

O sustento da família.

O Sol vem surgindo

Os primeiros raios

Despertam aves adormecidas

Que se põem a cantar,

Pronto a sinfonia

Da selva vai começar...

Mestrekamel
Enviado por Mestrekamel em 23/08/2010
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