Era uma vez em Sete de Setembro

Uma adolescente que não queria desfilar...

Para ela era pagar mico...

Por aquele uniforme horrível...

Aquela saia cinza,

Aquele blusa branca,

Aquela meia três quartos...

Ela ficava imensa naquele uniforme!

Ou se achava imensa frente ao espelho?

Nossa...naquele tempo estava na moda ser magra

Como aquela manequim anoréxica....como era seu nome?

Tuí...que? Tuige?...ou Tuike? seí lá!

E as musas do Cinema...com seus fartos seios...e

aquele apelo de sensualidade...

E ela, a menina...com seus fartos seios, e um medo

enorme da tal sensualidade...

Nossa...o que fazer no Sete de Setembro?

Ela tinha que ir e não queria... pedia dispensa, dizia

que estava doente...Chegava lá com um colete enorme,

de lã por cima de outra blusa...levava a caderneta, e

voltava para casa...ao sair? encontrava com ele...já

enfileirado, com seus colegas de escola... fingia que não

o via...passava...todos os olhares a acompanhavam...ele

enrrubecia e ela tremia... e o Sete de Setembro seguia!

Passados tantos anos...mais de quarenta...ela escreve,

narra sua história, com seus seios na medida certa, obra

de um cirurgião renomado...Já pode desfilar sossegada...

Já pode até usar biquini...E o tal rapazinho onde estará?

Quem sabe, vendo um netinho desfilar...na avenida!