O fascínio da morte!

Morte surreal, totalmente teatral, como uma marginal!

Caio na esquina, você me assassina, e como toda menina,

Gosto de mortes magistrais, fenomenais, colossais!

Morrer atropelada, despedaçada, deformada, ensaguentada!

Não é nada bonito, que esquizito, fica o dito por não dito,

Não posso morrer assim, ai de mim, que triste fim!

Pular de uma ponte, em cima do rio, puta que pariu!

Que morte mais besta, sem pé nem cabeça, onde já se viu,

Posso ter melhor sorte, escolhendo a minha morte!

Cair numa fogueira, me queimar inteira, mas, que besteira!

Ficar com meu corpo todo enrugado, meio costurado,

Cabelo queimado, peito esturricado, churrasco cheirado!

Morrer de amor, cruz credo, tenho muito pavor, que terror!

Te faço este favor, livrando da minha presença, verdadeira doença,

Tu és minha sentença, Veja se pensa, e me dá licença!

Não tem o menor sentido, meu corpo prometido, espera ser comido,

Num cerimonial, sem nenhum moral, um erro capital, da sua cara de pau,

Me passa saliva, eu fico viva, nesta vida ativa, sem expectativa, e muito repulsiva!

Obrigada Marcos pela belíssima interação.

Poesia musical

faz a morte ser normal

Ou pelo menos natural

Mas morte é coisa sem sal.

Ninguém quer a morte

Só saúde e sorte

Disse aquele poeta de porte

Antes de encontrar a morte!

Marcosayres.

Nana Okida
Enviado por Nana Okida em 10/09/2010
Reeditado em 11/09/2010
Código do texto: T2489023