ANGÚSTIA

Nas sombras em que me deito rasgo os túneis da imensidão.

O relógio marca os momentos exactos do tempo que voa.

Nas asas de um papagaio de papel pressinto a queda.

E no chão frio da mármore lapidada estendo o corpo.

De corpo em corpo como numa ciranda viajo no tempo.

A chuva sopra os jardins que amanheceram ao meu colo.

Como um filho de nada alimento a angústia desgastada em suor.

Mónica Correia
Enviado por Mónica Correia em 25/09/2006
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