Privar Cidades.

Vamos privar a cidade da calamidade e da maldade! Vamos enaltecer a maturidade, como forma de nos amar; vamos escarnecer a ironia, a felicidade! Toda privacidade é pecaminosa, e toda idade tem seu lenitivo, assim como toda castidade tem seu castigo! Portanto, e no entanto, privemo-nos de toda insanidade que nos devora, nos suga e nos surge sob a alegação de santidade!

Neste mundo de cão, onde há mais homens do que humanos, onde vivemos sob diversos prismas, amontoados em cima de um pedaço de terra, aos empurrões, e entrelaçando informações várias dentro de um universo virtual, que interage a todos numa teia de aranha assassina, quem de fato almejar a privacidade terá de sair da cidade, partir para o campo, para a caverna, para as montanhas, com sagacidade, suprimir-se de si mesmo, como Zaratustra!

Ao final todas essas manifestações de apreço a datas mercantilistas, aos santos de pau-oco, aos natais, páscoas, porcos tristes e sextas feiras de paixão, eis que toda ilusão, toda vivência e todo coração carrega em seu âmago uma paixão! Chega!

Cristiano Covas, 08.04.09.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 16/09/2010
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