A DESPEDIDA

Já era de noitinha, ela chegou na pracinha jun-

to com a amiga, eram tão meninas ainda! Onze

anos apenas...Ele veio, chegou pertinho, come-

çaram a conversar, e então pediu para namorá-

la, ela disse que não seu pai não permitia, a fa-

mília dele estava de mudança, iam para longe

dali, aquela cidade onde ela havia chegado com

três anos de idade e ficava no interior de São Paulo:

Piedade...

Ele era um rapazinho de treze anos, moreninho,

uma graça! E ela uma menina que estava come-

çando a entrar na puberdade...

Mas a separação era inevitável, mesmo naquela ida-

de eles tinham consciência do que ia acontecer.

Trocaram fotografias, se despediram e cada um

tomou seu rumo.

Então foi a vez dela ir embora de lá. Seu pai mudou

de emprego, voltaram para sua cidade natal, quase

na divisa de São Paulo com Minas Gerais.

Os dois jovens viram-se mais uma vez apenas num

carnaval lá em Piedade dois anos depois, rapidamente,

conversaram um pouco, foram passear com amigos,

e se despediram para sempre...

Mas na memória dela ficou guardada aquela figura

do menino moreninho...nas festinhas infantis,

nos desfiles de sete de setembro e vinte de maio,

nas festas caipiras da escola, na hora do recreio,

em que se encontravam...e se olhavam...

Hoje ele é engenheiro numa outra cidade do interior

de São Paulo, e ela nada mais sabe a seu respeito...

E as vezes aquela lembrança volta...dentro do seu

ser, dentro de sua alma...Uma suave lembrança, tão

calma!

Adria Comparini
Enviado por Adria Comparini em 18/09/2010
Reeditado em 19/09/2010
Código do texto: T2506625
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