Fantasias

Fantasias (bruno cabelo)

As cadeiras pairam sobre minhas têmporas

À espera de um movimento em falso para me acertar em cheio

Os livros alucinados repaginando as lembranças de minha vida

Gavetas abrindo e fechando, cuspindo toda a arrogância que eu havia guardado nelas

Estilhaços de vidro no chão devido a enorme explosão radiofônica

Sandálias se engalfinhando em meio ao caos de papéis picados

O universo de acontecimentos improváveis se aglutina às paredes sorridentes do meu quarto

As Bolhas de sabão dão um aspecto mais lúdico a toda confusão estabelecida

Os poemas antropofágicos se declamam armados de dissonancias

O amanhã resolve vir hoje numa aventura alucinante

E junto traz o ontem com aspecto depressivo como quem não está nada contente em ter que passar por isso outra vez mais

Aliás, por falar no tempo, os ponteiros que contam os segundos estão cansados dessa vida de cão e decidem fazer uma revolução exigindo uma redução na sua carga horária

A luminária pisca na velocidade da luz

O sonho, convencido de que tudo não passa de um sonho, volta ao seu sonho plácido

Enquanto isso, Eu, mero coadjuvante do espetáculo, observo à distância esperando que tudo isso não seja apenas fantasia

Bruno Cabelo
Enviado por Bruno Cabelo em 27/09/2006
Código do texto: T251029