Fantasias
Fantasias (bruno cabelo)
As cadeiras pairam sobre minhas têmporas
À espera de um movimento em falso para me acertar em cheio
Os livros alucinados repaginando as lembranças de minha vida
Gavetas abrindo e fechando, cuspindo toda a arrogância que eu havia guardado nelas
Estilhaços de vidro no chão devido a enorme explosão radiofônica
Sandálias se engalfinhando em meio ao caos de papéis picados
O universo de acontecimentos improváveis se aglutina às paredes sorridentes do meu quarto
As Bolhas de sabão dão um aspecto mais lúdico a toda confusão estabelecida
Os poemas antropofágicos se declamam armados de dissonancias
O amanhã resolve vir hoje numa aventura alucinante
E junto traz o ontem com aspecto depressivo como quem não está nada contente em ter que passar por isso outra vez mais
Aliás, por falar no tempo, os ponteiros que contam os segundos estão cansados dessa vida de cão e decidem fazer uma revolução exigindo uma redução na sua carga horária
A luminária pisca na velocidade da luz
O sonho, convencido de que tudo não passa de um sonho, volta ao seu sonho plácido
Enquanto isso, Eu, mero coadjuvante do espetáculo, observo à distância esperando que tudo isso não seja apenas fantasia