Estações de minha vida

A luz modificou a paisagem e andei sobre flores e folhas amareladas e avermelhadas, soltas ao chão.

Senti o trepidar das folhas secas, o vento forte do outono castigou minha pele, empoeirou meus olhos, mas continuei a caminhada, consegui atravessar e fui abraçada pelas brumas, neblinas e geadas do inverno, cruzei fortemente os braços sobre meu peito, me encolhi, gemi tremi, minhas lágrimas cristalizaram e secaram, meus passos se tornaram mais lentos, todavia continuei e as flores ao longe eu avistei. A natureza agora bela me presenteando com flores coloridas e perfumadas, diante de uma majestosa bela, me curvei e com toques sensíveis a explorei, com seu aroma e sua textura me deslumbrei, porém ela murchou sua beleza e seu encanto foi tão passageiro como tudo é...

Não me decepcionei aquele momento mágico com as lentes de meus olhos fotografei e a imagem num arquivo de minha mente salvei.

Continuo nessa estrada sozinha, sei que o verão vai chegar e dele quero aproveitar.

Em alguns momentos ouvi vozes e passos ao meu lado, mas eles parecem terem sido levados pelo vento forte do outono, ou a neblina do inverno, não importa eu continuei, por vários lugares eu passei e nada em minhas mãos eu levei, mas carrego em meu peito as lembranças e a saudade, essas são fiéis companheiras.

Enquanto as forças me restarem arrasto meus pés empoeirados, mesmo dilacerados, preciso descobrir o que tem no fim dessa estrada.

Assim lá vou eu, mesmo solitária, não posso parar;sou uma sonhadora triste sem saber o que está a me esperar.

Damiana Almeida
Enviado por Damiana Almeida em 28/09/2010
Reeditado em 28/09/2010
Código do texto: T2525575
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