O Aborto do Feto (O Entorno do Aceto)
A literatura brasileira não tem o seu espaço, como não tem o seu espaço o tratado poético na alma das crianças. Esta, de fel e pitanga fora de época – azeda que é – maltrata a língua em estática e esfuziante metáfora.
É completa a obra da isenção literária no coração dos jovens. O desapego exacerbado a beirar mares banhados de óleo sujo, pelas renques de enfermos agonizantes, todos pitorescos, todos a embolorecer.
Não há quem engalane broqueis; toca pela santa e devota paz, a incipiência da língua em nosso país de barro nas unhas.
No instantâneo refletir e no incomensurável sentir do poeta pincelam o desarmonioso e descompassado desinteresse, que não gela nem aquece; apenas de pó e fuligem abluem seus meandros viscerais, e se encerram holisticamente na epopéia fúnebre e quede dos dilacerados versos.
É insano e melancólico – haja vista o amainar do lume – que caminhem os entusiasmos literários com tão pouco murmúrio, com tão reles fé.
Penso, entretanto, que enquanto padecem as linhas que janto, fenece no pranto dos pais daqueles jovens, dúzias e dúzias de dolentes esquivas; suicidam-se milhares de auroras e entornam do relicário pote, doses e mais doses do não saber, da desoxigenação e do sepultar.