O Mundo sem Ninguém
A marca de batom no espelho. As mãos quentes desenhadas no vidro. O copo cheio de café fumegante. O jornal aberto sobre a mesa. A torneira aberta desperdiçando água. A mesa do café da manhâ solitária. O rádio de pilha ligado a chiar. A frigideira com ovos a fritar. O balde de roupa suja. O barulho do vento a agitar a copa das árvores no jardim. Tudo em silêncio, súbito silêncio mortal, todas as coisas reunidas e ninguém estava lá. O mundo fora finalmente calado pela ausência de tudo. O homem extinto e todas as outras coisas permaneceram abandonadas. Todas as pequenas coisas, todos os pequenos gestos, todos os pequenos fatos silenciados pela mão humana.