O Mundo sem Ninguém

A marca de batom no espelho. As mãos quentes desenhadas no vidro. O copo cheio de café fumegante. O jornal aberto sobre a mesa. A torneira aberta desperdiçando água. A mesa do café da manhâ solitária. O rádio de pilha ligado a chiar. A frigideira com ovos a fritar. O balde de roupa suja. O barulho do vento a agitar a copa das árvores no jardim. Tudo em silêncio, súbito silêncio mortal, todas as coisas reunidas e ninguém estava lá. O mundo fora finalmente calado pela ausência de tudo. O homem extinto e todas as outras coisas permaneceram abandonadas. Todas as pequenas coisas, todos os pequenos gestos, todos os pequenos fatos silenciados pela mão humana.

Taiane Gonçalves Dias
Enviado por Taiane Gonçalves Dias em 14/10/2010
Reeditado em 15/10/2010
Código do texto: T2556533
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