Gestão de cérebros imóveis

Os ossos perderam-se no vácuo da sala

invisível e não se puderam encontrar

anestesiado o corpo caiu

em busca do vácuo

onde os ossos bailavam

numa sinfonia perfeita

de nada

Mas nem os ossos

nem o vácuo

muito menos o corpo

nada fugiu

nem a cadeira

tudo ficou imóvel

Os olhos apenas queriam fechar-se

na imobilidade de um discurso

de latas

já sem ferrugem

sempre sem saber

se o bem

se o mal

o que agarrar

Talvez fosse um buraco negro

existencial

talvez fizesse mesmo falta

um copo de tinto

carne enrubescida

em volta dos ossos

Nem vácuo

nem ossos

nem corpo caído

e ali continuava

discursando alguma coisa

com sorrisos

precisas mentiras

Nada escaparia à expansão final do Sol...

Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 17/10/2010
Reeditado em 15/04/2014
Código do texto: T2562314
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