Gestão de cérebros imóveis
Os ossos perderam-se no vácuo da sala
invisível e não se puderam encontrar
anestesiado o corpo caiu
em busca do vácuo
onde os ossos bailavam
numa sinfonia perfeita
de nada
Mas nem os ossos
nem o vácuo
muito menos o corpo
nada fugiu
nem a cadeira
tudo ficou imóvel
Os olhos apenas queriam fechar-se
na imobilidade de um discurso
de latas
já sem ferrugem
sempre sem saber
se o bem
se o mal
o que agarrar
Talvez fosse um buraco negro
existencial
talvez fizesse mesmo falta
um copo de tinto
carne enrubescida
em volta dos ossos
Nem vácuo
nem ossos
nem corpo caído
e ali continuava
discursando alguma coisa
com sorrisos
precisas mentiras
Nada escaparia à expansão final do Sol...