Medo do medo

“Depois que eu morrer, não morrerei nunca mais!”

Medo de sexta-feira 13?

Medo de superstição?

Derrame vascular cerebral?

Ataque fulminante do coração?

Há uma reunião em movimento no local disponível

Caímos no esquecimento e isso é importante

Descobrimos que o mundo não precisa de nós

Aliás, nunca precisou...

Podemos nos reunir novamente?

Sem aquela bendita autorização do Rogério Skylab?

Transito em julgado, acabaram-se os recursos vãos

Não há como recorrer, para onde nos levarão?

Quando tive legitimidade para representar

Cedi minha propriedade, procuração para certificar o óbito

O perigo era iminente, vinha pelo mar

Expressamente autorizado, não há o que contestar

Ressalvo alguns casos

Casos de fobias, fobias estranhas

Entranhas, fofobias

Quando ninguém me ouviu, gritei!

Medo do medo, fobofobias

Medo do pop, fotofobias

Mensuro a ansiedade

E, percebo que há caminhos de elevação

Medo de ficar solteiro?

Você, meu amigo... Tem medo de que?

Medo da câmera, medo do microfone?

Eu temo as águas rasas, baratas aladas

Tenho medo das pessoas, dos silicones

Sinto-me bem só com os cachorros

De rua, sarnentos e esquálidos; famintos

Medo de quebrar a medula?, nem sinto

Medo do desamparo, da solidão e do escuro

O que é belo a luz do sol, torna-se assustador nas madrugadas

O sol ainda demora, o horizonte é muito negro

Há de se morrer no vaso, pelo atraso, num engasgo, eu engulo

Marciano James
Enviado por Marciano James em 18/10/2010
Reeditado em 18/10/2010
Código do texto: T2563230
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.