Talvez amanhã

Meu olhar prostrado na distância
Nao enxerga senão o vazio dentro de mim
Meu pensamento jaz perdido na lembrança
Enfim
Nem o silêncio me acalma
Quando me dói na alma
Ausência é teu nome
Saudade é teu sobrenome
Por que foges da tua vontade
De ver de novo
O vento soprando o meu cabelo?
De ouvir outra vez
A minha boca a desfiar meu bem querer?
Talvez nao te sintas capaz de suportar
Nossos olhares num flerte singular
Trocando juras de amor
Enquanto nossas palavras
Disfarçam entre risos
A dor da renuncia
Esquecer de ti?
Talvez amanhã
Quando o dia chamado hoje passar de mim
Em cada crepúsculo uma lembrança
Em cada alvorecer uma esperança
De me encontrares no lugar de sempre
Meu olhar prostrado na distância
Mergulhado no vazio dentro do peito
O pensamento perdido como meu leito
O desejar constante tua presença

Vivendo a minha eterna sentença
Meu doce castigo de nunca esquecer de ti