Vielas

Sempre aquela vida itinerante! Sempre aquele ar tão distante! Perdida no vácuo, me vou. Perdida, perto da calma que ficou. E fugiu, assim. Afinal, quem é que sabe de mim? Sou aquela e todas elas, entregue ao marasmo das vielas. E de repente, recomponho: volto as artes, ao texto tão tristonho. Entrego-me ao mundo, a rotina, ao cansaço. Finjo ser a vida um picadeiro, mentindo feito palhaço. Não sou como eles, reflito um pouco mais. Pena que a vida deixa a arte pra trás. Então, finjo-me artista, por um momento só. Demora dias, e até meses, mas a poesia, enfim, desenrola o nó. E me toma, dó. É um deleite, só.

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 28/10/2010
Código do texto: T2583097