O DESFILE DA MISÉRIA.

Manoel Lúcio de Medeiros.

O vento gélido oscila, gera pedras opacas,

A noite sombria dorme no espaço aberto,

Lençóis de trevas cobrem campos desnudos,

E o tempo obscuro patrocina o mal incontido,

Na sombra da morte, gatilhos assaltam!

Enquanto milhares usufruem o sono da fadiga,

Transeuntes noturnos são vitimados à força,

Sob arquitetadas tocaias são despenados!

Homens réprobos, sanguinários enxameiam;

Há horror em cada esquina, um mundo abissal!

E o despojo infame sega vidas na resistência,

A terra sedenta bebe o sangue hemorrágico,

Enquanto gemidos se perdem na escuridão;

A roda do mal gira em torno da terra indefesa!

A segurança e a paz se despedem no pôr-do-sol!

A miséria da vida desfila no palco da morte,

A impunidade e a injustiça espreitam o mal,

Jornais deflagram terrores e tormentos,

Sete cabeças imergem o sono da separação;

Crânios traumatizados jazem ao toque da luva!

A violência é tumor maligno na pele do povo,

É preciso extirpá-lo com o bisturi da justiça!

O direito clama o cumprimento da lei violada,

Enquanto a corrupção corrói como ferrugem;

O sol se fecha às indecências dos poderosos!

Direitos autorais reservados.

Malume
Enviado por Malume em 09/10/2006
Reeditado em 09/10/2006
Código do texto: T259796