Pra onde vou se agora a vida me trouxe você
E nossos momentos são sonhos que em mim se realizam?
Pra onde vou se te esperar tornou-se a inteira poesia
E os meus beijos aninham-se em teu corpo
Como os versos aninham-se nos poemas?
Pra onde vou se agora tua mão tocou a minha
E os teus dedos, trançados aos meus, disseram tanto amor?
Pra onde vou se agora o dia acorda e dorme em você
E nas minhas noites o perfume do teu corpo embebe o ar da minha imaginação?
Pra onde vou agora que os meus lábios tocaram os teus
E a sede molha a lembrança dos nossos dias e das nossas noites?
Pra onde vou se a tua ausência é tudo que tenho depois do amor
E na minha pele o teu gosto fica como o desejo ainda latente?
Pra onde vou se agora quando apago a luz é o seu toque que sinto na penumbra que me encobre?
Pra onde vou se agora quando o silêncio dormita é a tua voz que ouço?
Pra onde vou se agora meus caminhos, tão distantes, esqueceram os próprios passos?
Pra onde vou se agora tudo que sinto é você
Tudo que sonho é você
Tudo que quero é você
Tudo que amo é você
E tudo que tenho é saudade?

Amor, não sei o que fazer do tempo enquanto te sonho. Você é como estrelas distantes que vejo e não posso pegar. Tudo tão longe de mim. Tudo tão igual a você. Tudo tão parecido com a gente. Tudo tão longe... tão longe. E tudo tão belo por fazer parte do Mistério. E por não saber onde vamos lançar o próximo passo, lançamos o passo no ar... e ficamos ouvindo se o passo responde com som ou se o passo afunda no ar.
 
Pra onde vou, meu amor, se tudo que sei é te amar?