Canto para mim mesmo

Não sou bom e nem mau, sou um monstro delicado

Todavia, queria ser como as árvores e as flores

Como os peixes, os répteis e os cães abandonados

Pois eles ignoram o mal e,

São indiferentes à miséria, ao desprezo e a ganância

Aonde quer que eu viva ou morra,

Não me sentirei alheio as mazelas da vida

Os transtornos do mundo me afligem

Afligem-me tanto quanto aos que sofrem

Aos desprezados pelas autoridades

Aos marginalizados e condenados pelo Sistema

Percebo, a cada dia, o resultado se distanciar

E a glória não é mais uma obrigação, isso é uma pena

Os negócios é que são, estratagemas

Resta-me cantar, cantar reminiscências...

... Cantar a exaltação do que a "pátria utópica" seria

Cantar em esperança como se canta um Salmo por dia

Assim, só assim abandono o espírito de rebelião e me acalmo

Quando nos encontrarmos pelas ruas, reverenciá-la-ei, juro!

E, nesse instante, desviarei o olhar, por prudência

Deixarei para ti, saber interpretá-lo por um instante

Nasci peixe, tornei-me humano, e com eles dialogo

Por eles mergulho fundo e diariamente me afogo

Só aprendi a presumir, digitar e me divertir só

Ouvir acordes, identificar tons e cores, alterar fotografias sem discrepâncias

A apreciar tintos secos e a convidar minha alma para descansar em revelia

E amei a mulher mais bela desse mundo... Pensando bem, ainda a amo!

Ah, essa mulher de brancos seios...

... Quanto aos anseios...

Há em demasia em cada célula e juntos

Viveremos uma aventura secular, por isso eu canto

Crescerá ainda mais o encanto e eu te amo, te amo tanto, tanto, tanto...

À Vinícius de Moraes

Marciano James
Enviado por Marciano James em 15/11/2010
Reeditado em 15/11/2010
Código do texto: T2615789
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