O AMOR A ESPERAR
Não tenho o amor de todos.
Ninguém o tem... Que ironia...
Tento viver o dia-a-dia
E já é o bastante para suportar
As coisas que não são como quero
Tudo que não posso aceitar
Não aceito, mas suporto
Sou madeira de lei e sei envergar
Envergo, porém não quebro
O abandono me fez forte devagar
Tenho espírito de uma rocha
Viverei mil anos para mudar
Tive amores que já não tenho
A muitos deixei escapar
Por ser imatura e jovem
Não tinha como valorizar
Fiz muitas escolhas indevidas
Não adianta lastimar
Recordar épocas já vividas
É uma maneira de avaliar
Que hoje não me venham
Com meias taças brindar,
Pois só me contento
Com taças a transbordar.
Viver qualquer situação...
Só por inteiro
De metades não se pode amar
Amar por inteiro já é pouco
Por isso ainda ando a esperar
Perdeu-se de mim no passado
Alguém com certeza em algum lugar.
Ainda há no hoje e no agora contido
Com dois corações precisando amar.
by Claire Fernandes