Sem teus olhos,

As manhãs demoram-se para acordar

Os dias procuram teus olhos de menina

O sol não encontra motivos para brilhar

O azul que veste o céu desbota e desatina

Escondem-se, sem cores, as águas do mar

O astronauta olha de cima e a luz calcina

E quando vê-se que o dia não amanhece

Que os delphiniums azuis não vão brotar

Que a vida envolta em sombras não acontece

Que as nuvens não têm por onde caminhar

E sôfregas esperam pelo destino que as esquece

Tudo fica à espera... à espera do teu olhar

Sem teus olhos só sobram noites sem luar