Os silêncios que nos protegem

Limites que nos impomos são feitos também de silêncios.

Nada mais sábia uma resposta silenciada por um sorriso de tolerância .

A beleza que o tempo traz não está apenas na brancura dos cabelos e nos riscos em volta dos olhos que desenham compreensão.

A alma se alisa em ternura e a ansiedade se atenua.

Não há muito com o que se preocupar.

O que tinha que dar errado, já deu. O certo aconteceu.

O trágico , o ambíguo e vulnerável nos pegam mais de leve ...

Aprende-se a evitar atritos, ignorar ruídos que os ouvidos já acostumados, nem mais os discriminam.

Procurá-se o belo e o suave . Atentos estamos para os sons mais delicados e doces.

O olhos se perdem nos coloridos , fogem do cinza e das cores rebuscadas.

Sabem que os ventos espalham a poeira encardida.

Que as pessoas são boas, que nunca agem (de modo ruim)

por maldade , somente por ignorância ou infelicidade...

Que os filhos aprenderam as lições ou as aprenderão...

Que o limão é doce com açúcar.

Que o abacaxi se descasca devagar e com paciência .

Que as abobrinhas , bem temperadas, são uma delícia...

Se o andar é mais vagaroso tem mais direção.

E a voz compassada , em tom mais baixo ,

tem a força renovada das manhãs ensolaradas .

Que as tempestades trazem com muito mais clareza , a bonança .

Que a alma leve faz o corpo mais bonito .

Que doce de coco é enjoativo.E tem colesterol de montão.

Que o tempo é muito mais curto.

Por isso fazemos a silenciosa opção : isto sim, isto não.

E calamos e rimos com a alma marota

que ejeta pelos poros mais bondade, amor e perdão.

E muito fazemos para que a vida aconteça sadia,

que o coração bata em compasso menos acelerado mas bata...rs .

E tenha sempre paixão .

É ela que nos move . Dela, nunca podemos abrir mão.

luferretti
Enviado por luferretti em 11/10/2006
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