Estrela
Um buraco negro em seus olhos
Cresce, espande e me engole
Aumenta por não haver luz? Eis-me aqui
Te dou minha quimica, te dou impulsos
Atravesso a retina e te faço enxergar
Aquelas cores primarias que se comprimentam
Em seu balet vivido, em suas nuances
que de tão misturadas, se tornam uma só.
Deixe o negro apenas em sua pupila
que inveja o azul do céu,
mal sabendo que está arrodeada do azul da íris.
Minha pupila ainda não aprendeu
Ela quer ser ensinada todos os anos
Ela quer absorver toda a luz e produzir todas as cores
Ela quer refletir seus desejos, o real, a utopia
Ela quer espanar cada canto, cada greta
QUer ser interseção, arco, axioma, extensão.
Se pudesse ela comeria o olho, não havendo mais o branco nele.
E ela também quer ser vasculhada por outra pupila.
Quer que o buraco negro se transforme novamente em luz,
A olhe por dentro e decifre cada canto de escuro,
cada canto de infinito.
Sua luz extinta.
Pois ela também já foi estrela.