Canto para Neruda

"Um quadro só vive para quem o olha"

(P.N.)

... E a amante velou o poeta, que

Morreu lentamente por nunca evitar as paixões

Um dia sua voz renascerá?

O seu maior castigo foi ter vivido sem dores

Em pensar que nunca morreria de novo

Desse refúgio não deixou pistas, apenas páginas escritas

Uma prece fez arder meu coração estrelado

Assim me foi ensinado...

... Ao chegar, toque o sino!

Toque o sino e todos saberão

Que um dia sua voz renascerá numa canção

Numa canção de amor prudente, de amor ao povo, de amor à nação

Então, abriste mão da primavera para continuar contemplando o Pacífico

Assim me ensinou: Ao chegar, toque o sino!

Toque o sino e todos saberão

Que o retorno do mar aconteceu outra vez, sem agruras

E tantas outras vezes, como quem se transforma em escravo do hábito, por repetir todos os dias os mesmos trajetos e gestos específicos

Imaginava, consigo mesmo, que só arderia nas alturas?

A esperança lhe abandonou, os versos não

Depois de partir é que percebi que navegava para não deixar rastros

Um Astro? Jamais lhe pouparei o meu olhar, nunca mais permanecerei inerte

Não abandonarei o chapéu que me deste

Comerei o peixe que me servirem, antes...

... Deixarei para a posteridade mais um poema sobre os Andes

*A Pablo Neruda (12/10/1904 — 23/09/1973)

Marciano James
Enviado por Marciano James em 04/12/2010
Reeditado em 25/02/2012
Código do texto: T2652696
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