Versejar é preciso, amar a qualquer preço, não é preciso

Olho para os quatro cantos do lugar onde estou,

e vejo que está tudo no seu devido lugar.

Nada há para ajeitar,

consertar, reclamar...

Muito pelo contrário.

Fecho os olhos, faço uma prece e agradeço,

é uma prece sincera, singela.

Não se trata de reclamação mas falta emoção,

paixão, tesão.

Não estou reclamando, não!

É só uma sensação de falta, de marasmo,

de tédio, de nãos...

Sim, o coração não dispara mais...

Sim, a noite cai, o dia vem,

e eu aqui à espera de alguém...

Sim, não é fácil ter este alguém apenas

nos sonhos, nos devaneios, na fantasia,

restando ao fim de tudo isso,

apenas a melancolia.

Não, não se trata de tristeza, não!

Pois como bem já disse o poeta:

“de que solo germinarão nossos versos,

senão do solo da saudade, da solidão,

da sofreguidão”,

que acalenta nosso coração,

como um bálsamo que nos anestesia e acalma,

enternecendo por fim nossa alma,

fazendo brotar dela o melhor que ficou

desse turbilhão que vem como a correnteza

suja e devastadora,

mas que termina encontrando o grande lago

da existência,

que de tão grande , termina por vencer a contenda,

filtrando com sua grandeza as vicissitudes

da vida,

predominando por fim a pureza,

já que o bem, o bom, o belo, o verdadeiro, o puro...

são a essência.

Wanusa Pinto
Enviado por Wanusa Pinto em 04/01/2011
Código do texto: T2708497
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