SAUDADES DE VOCÊ

O motor silencioso do seu carro não permitia que eu percebesse sua chegada.

Nem o Bob, sempre alerta a todos os barulhos da casa, denunciava sua presença.

Eu sentia sua aproximação pelo perfume deliciosamente inebriante, inconfundível, que sempre chegava antes.

Ansioso abria a porta, e você com um sorriso lindo me abraçava carinhosamente.

A beleza do seu rosto é iluminada por uma característica peculiar, seus olhos sorriem sempre antes que seus lábios. Denunciam antecipadamente os sentimentos de alegria. Essa fração de segundos entre o sorriso dos olhos e o demonstrado pela sua boca, lhe da um carisma que se torna impossível não se apaixonar por você.

No abraço, o calor do seu corpo acalmava minha alma, eu me sentia seguro ao seu lado.

Sua pele aveludada encostada a minha transmitia um prazer que eu só encontrei em você.

Brincávamos depois com o Bob afirmando que se fosse uma ladra ele não me protegeria, ela entraria casa adentro tranquilamente.

Meu cão fiel acabou não me protegendo mesmo. Em silencio você foi chegando, e devagarzinho com seu amor me envolvendo, e definitivamente roubou meu coração para sempre.

Era assim.

Você se lembra?

Eu, você e o Bob em nossas caminhadas.

Conquistado por você esta igual a mim, perdido perambula pela casa vazia a sua procura, e sente a sua ausência como eu.

Acabarei morrendo é de saudades, a pior das doenças.

Duda Menfer
Enviado por Duda Menfer em 09/01/2011
Reeditado em 11/11/2012
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