Triste Mudança do Destino

Aí vem o comissário da morte e no bolso da frente da sua calça de jeans, existe um papel com o nome dos próximos, aqueles que irão enfrentar friamente, a triste mudança do destino.

Vagueia pelos bares, troca olhares com prostitutas, semeia a desordem e espera com o olho dentro do furacão, alguém levantar e dizer, "Sou eu, não tenho medo e irei sentir, a triste mudança do destino"

Madames cansadas, suas roupas desalinhadas, brilham em seus últimos instantes, como se fosse o último esforço da vela em se manter acesa, elas sabem que aí vem, a triste mudança do destino.

Os corvos dançam no céu, a luz da lua é a lamina que vem cortar o horizonte, o vento frio avança pelas ruas semi-desertas e um sussuro anuncia a chegada, da triste mudança do destino.

Alimento para os cães, carne dos vagabundos sem nome, que se escondem em baixo das pontes, eles são os primeiros e não tem pressa, eles formam a fila de espera da, triste mudança do destino.

Capitães, generais, todo o exército agora caminha em retirada, é a uma debandada, todos ouviram falar e todos passaram a crer

Não há uma só pessoa na cidade que não está ajoelhada, em frente a Igreja Principal, o bispo olha com os olhos cansados, desacreditados e sem vontade ele diz, "aí vem, a triste mudança do destino"

E o comissário da morte, com olhos escuros, para em frente a sua casa, escuta suas últimas palavras e diz, "você está fora" e algo toma conta de você, é a última canção a ser cantada é a última coisa a ser feita e então você pensa... "é apenas uma triste mudança do destino"

Reny Moriarty
Enviado por Reny Moriarty em 11/01/2011
Código do texto: T2722710
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