Inconstante

Sabe aquela inconstância? Ela sempre volta. E me atormenta. E me provoca. E me arrebenta. E assim vou dilacerando tudo pela frente. Deixando tudo inacabado. Livros. Filmes. Obsessões. Paixões. Convulsões. Projetos. E até amores. Nada terminado. Tudo assim, por fazer. Inanimado. E quando vejo, estantes abarrotadas. Livros com seus saltitantes e coloridos marcadores de páginas. Nenhum belamente fechado. Nenhum novo pensamento inteiramente blindado. E eu aqui, diante de um texto arriscado. Terá seu fim? Um ponto final?

Ou um suspense dilatado? Como meu tempo, prolongado? Ou a rima repetida em verso já cansado? Não sei deste meu estado. Sei apenas da permanência de uma coisa: a inconstância de meu fado.

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 12/01/2011
Código do texto: T2723937