Tropecei

Sabe, eu vim aqui dizer que procuro. E encontro na maioria das vezes. Encontro a mesma desilusão de três anos atrás. As mesmas rimas de meio ano atrás. Encontro aquela saltitante lágrima, tão velha, sonora e fugaz. Talvez eu seja mesmo previsível demais, como disseram. Mas sabe, eu continuo a procurar. Mesmo que encontre as mesmas mazelas sentimentais e rime-as, tristemente, usando as mesmas palavras. Eu continuo a procurar. Eu quero algo sem nome, pessoas sem nome. Espero que tudo me encante, como um dia me encantou, em tempos atrás. Então vou procurando, na mesma poesia, nos mesmos pontos e reticências, aquele ser incrível. Aquele sentir incrível. Aquela euforia intangível. Não que a vida não seja boa. Mas eu procuro algo mais, algo que me livre daquilo que chamam de tédio. Eu não chamo de tédio. Chamo de desamor. Meu sonhos, desamei. E nestas palavras, tropecei. E procurei.

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 21/01/2011
Código do texto: T2742142