É triste lembrarmos que não existe o existente

É triste lembrarmos que não existe o existente, e dormir no vazio.

É triste saber que existe o triste e acordar desesperado,

É magro pensar que a vida termina num copo de saudade, sem amizade,

Sem compreensão, com dor.

É engraçado se perder em linhas antes não vistas, e desistir entre nossos desejos.

Festejar, correr, se esconder... Tudo é pavoroso

Em temor, tudo vaga nossas mentes,

descrentes, desavisadas.

E em meio a todo esse alvoroço de possibilidades, nasce o sol

E voamos para mais um dia massacrante, com o temor da noite passada,

E mesmo que percebamos que estamos mortos e mortos,

Nos surpreende mais uma luz verdejante, que nos pede que fique, que ria,

Que beije, que clame, que ame, É dia... Ahhhhh

E o sol nos queima novamente, agora com sabor, força e presença.

E o morto, que era morto, não consegue mais fingir,

Porque o simples chama o obvio que passa sem perceber,

.........E assim, só os vivos ficam vivos.

Entendemos então que a natureza nos completa,

Pois só a vida dá o direito da luz,

Só a vida da o direito da possibilidade,

Então acordamos e versamos e amamos

Tudo é vivo, quando nos amamos,

o resto colocamos de lado para amar conosco em solitária comemoração.

E em meio a confusão, colocamos nossa vontade nos frutos,

Na semente, na luz que brota sem pedir licença, sem direito a carência

Com delírio ao fascínio, a poesia, a ternura, ao desejo..

Pow... veja!!! É a luz, em incontáveis sorrisos, em milhares de sabores, tomando conta das possibilidades que se renovaram.

Acometidos pelo dia, percebe-se que a cor do dia não é mais igual a noite,

E a maravilha da vida diz amém, para experimentarmos e vivermos a plenitude da vida..