Sonhadora triste

É madrugada, a cidade se cala, as luzes estão apagadas, nem o som do vento eu ouço passar, a noite está escura, parece sombria, mas o céu está estrelado, minha alma vaga aflita, presa nos conflitos das lembranças, eu sinto tanta raiva presa dentro de meu peito, que parece que meu sangue coagulou dentro de minhas veias, a pressão sanguínea parece que vai fazê-las estourar. Estou com raiva por estar morrendo aos poucos, vivendo esse sufoco sem o caminho encontrar, em todas as portas que chego cansada e aflita as encontro fechada a minha frente grito, mas ninguém pode me ouvir, só o eco ressoa, parece zombar de mim.

As lágrimas querem encharcar minha face, mas eu reluto, prefiro as gotículas de suor, não me adianta chorar, as lágrimas não vão me aliviar.

Já fui brava guerreira, pelo menos eu acreditava ser, me atirei com determinação nas ondas do bravo mar, por um tempo até lutei, eu realmente acreditei que podia atravessar, mas hoje cansada e sem forças, me rendo, deixo as ondas me levar, talvez eu deva afundar, parar de respirar, simplesmente descansar.

Parece loucura assim pensar, eu não desisti de viver, mas não suporto mais sofrer, as forças não me restaram, o amor está dando lugar ao ódio, a paixão a ilusão. Tenho medo de uma doce sonhadora, se tornar uma amarga sem esperança.

Daqui a pouco as estrelas vão desaparecer, o dia vai nascer o sol vai raiar, a cidade vai acordar, pessoas irão trabalhar, a vida vai continuar. Lembro-me da frase que fala que:" o choro pode durar uma noite, mas a alegria virá ao amanhecer"; só me resta esperar para ver o que vai acontecer talvez o olhar divino me alcance, a vida me de mais uma chance de tentar me fazer feliz, porque até agora nessa missão eu fracassei, não me envergonho de assumir a derrota, nada mais pra mim importa... não importa.

Damiana Almeida
Enviado por Damiana Almeida em 25/01/2011
Reeditado em 04/02/2011
Código do texto: T2751007
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