O Brilho dos teus olhos

Estou cega

Já não posso mais contemplar o brilho dos teus olhos

E sabe como cheguei a cegueira?

Vou lhe contar...

As minhas lágrimas ácidas queimaram minha visão

Meu ódio e minha tristeza tornaram-se amargos e envenenados com o passar do tempo

Este veneno, este ácido, está me corroendo e me fazendo definhar de dentro para fora

Em vão, tateio no escuro em busca de algo, ou alguém que me ajude a voltar a enxergar

E, cansada de não achar nada, perco a consciência e volto no tempo, quando ainda era sã...

Recordo-me de como a vida era uma eterna aventura, de como as minhas aflições e problemas pareciam ser insignificantes diante da grandeza do mundo, e da minha esperança!

Só que aí vem a cegueira, e tudo isso se desfaz como a escuridão que cobre a noite ao raiar de um novo dia

E permaneço assim, de um período constante de loucura para um curto momento de sanidade

Sempre desejando contemplar uma vez mais o brilho dos teus olhos...

Paula Pimentel
Enviado por Paula Pimentel em 27/10/2006
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