Quarteirão

Eu vim aqui para falar de destino. E dizer que ele acaba ali na esquina. Mas não chorem, ele também recomeça no próximo quarteirão. Não posso dizer muita coisa, só sei que andamos por entre linhas tortas. Fagulhas de ilusão. E quando as fagulhas se tornam brasas, queimamos o coração. Arde na alma algo tão intenso, parece tudo estar dando certo. De repente, a brasa começa a queimar, e, lentamente, a alegria perde lugar. E o destino se torna vilão.

Sabem, as queimaduras não saram tão rapidamente. E o que fica é um gosto amargo dentro da gente. E o destino, tão belo, tão perfeito, paixão voraz, acaba ali na esquina. Acaba sem dar seu adeus, sem pedir permissão. Mas como eu disse, chore e reclame agora e siga em frente, até o próximo quarteirão.

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 04/02/2011
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