Despertar
Não te aflijas
Um dia a vida nos pega pelas mãos
Enquanto naufragamos de inquietações
E algo no mais íntimo de nós entra em ebulição
Mais cedo ou mais tarde nos curvamos
Ao simples e ao descomplicado
A tudo que sabe a paciência
Às certezas que se acumulam naturalmente
Como almofadas nos encostos dos dias
Em que chegamos cansados
Até que nos deparamos com um espelho
Uma divindade interior
E nos damos conta que vencer a nós mesmos
É este gesto de apurar a busca
É quando nos postamos e nos rendemos
Num gesto de entrega ulterior
E descobrimos que não somos donos de nós
Nem tão pouco dos momentos
Que dirá do outro
E que o importante é viver
Vá até onde o teu desejo está
As emoções são maravilhosas
Quando não são mundanas
Atente ao teu vazio
E encontrará a resposta que te preencherá
Se não te aperceberes
Lamento dizer que o abismo te espreita