Sol e chuva

Raia o dia, mais um dia de sol. No peito, vestígios da noite insone, e nuvens, muitas nuvens a prenunciar a tempestade que se aproxima... Raios, trovões... começa a chover. Os olhos, perdidos no horizonte, vertem lágrimas, a cântaros. Nas encostas do incerto, uma inundação de sentimentos. Vai-se a chuva, secam as lágrimas. Os olhos, ainda marejados, veem, cerrados, o que restou da inundação: fragmentos de sentimentos, cacos de esperança...

Pela frente, a reconstrução do presente é tudo o que lhe parece estar reservado para o futuro.

Cai a tarde; lá fora segue o sol a brilhar, tingindo de vermelho o horizonte distante, para onde se voltam agora seus olhos de deserto... Por dentro, o mesmo céu nublado anuncia mais uma noite que se avizinha, e começa a desenhar a próxima tempestade...