Amargo

Saudades que me fazem mal.

Por isso, rezo aos meus mortos

e oro pelos meus vivos,

que não sei onde estão.

E recordo e acho alguma graça

de certos momentos vividos,

porque não consigo chorar.

Sentimentos que me caem igual

véu de lembranças amargas,

por não saberem ao certo,

de paragens e distâncias,

de querências e ânsias.

E porque abalam minha serenidade

nas lágrimas que não me caem,

só relembro e penso

nessas marcas que resistem

e que mesmo querendo, não saem.