ONDE ESTÁ?

Onde buscarei

Fresta a me livrar do parvo?

Réstia a me ninar no aplauso

Não ouço nada, nem quero.

Onde tolherei o que perquiro?

Nessa, eu viro

A mania rouca e lenta de ser eu

Não ouso nada, nem quero.

Serei ateu do destino

Quem sabe, santo!

Ensina-me a ilicitude

Eu lhe darei o verso, cruzinho.

Não me valem rasuras

Não sei onde tudo está

Desânimo, contrapé e o resto

Funesto, funesto.

Onde estão as rosas que morreram ontem à noite?

Nutro as ingênuas; abrir-me-ão

Serão delgadas, verão sereno, ser-me-ão

No acaso, na orgia, no esgoto.

Sei sim, sei pouco

Nada rei, outrora servo

A amplidão, o castigo, a solidão

Sem o mar a me embalar; sem o mar.

Onde está o meu mar?

Não há reflexo, nem quero

Sopro brisas cansadas e grises

Onde está, onde está?

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 08/02/2011
Código do texto: T2779831
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