Carta aos leitores

Muitas vezes eu menti. Desculpem-me. Menti ao final de minhas prosas, para não parecer quem eu era. Pessimista. Desculpem-me. Menti para dar-lhes um pingo de ilusão. Ilusão que eu pouco tivera. Menti pra dar-lhes de beber de minha louca quimera! Não foi por mal. Também não foi por bem. Foi apenas para dar ao mundo uma poesia além. Além do triste, do banal, do incerto, do injusto. Além do sonho cruel que tira da glória o poder maiúsculo. Eu sonhei, é bem verdade. E escrevi a mentira que queria acreditar. Mas não acreditei. Espero ter-lhes feito, ao menos, paz e bem.

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 12/02/2011
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