Ao som de Tom...

Ao som de Tom que é pura melodia em uma sintonia única com a natureza, escrevo. Nada de concreto, de absoluto. Assim tem sido os caminhos por onde passo nos últimos tempos, instáveis... Ocasiões regidas pelo som que transborda da alma, ocasiões silenciadas por soluços e lágrimas, conduzidas pela solidão. Não, nada mais me apavora! Aprendi a “Ser” além das circunstâncias, adversidades e pessoas. A perceber o que ninguém vê. A sentir além, ansiando sempre pelo recomeço. Sou o espaço entre o passado e o futuro... O anterior vivido dentro do possível, o posterior entregue, não sem o devido esforço, à condução Divina. Não, não me entreguei ao acaso, ao contrário, refaço corajosamente todos os alicerces que se rompem e atiro-me à “Vida” na certeza de que assim procedendo sigo como tronco de árvore abatido que resplandece em novos brotos e multiplica-se. Ao som de Tom inspiro-me! Não sei descobrir como ele, os sons dos pássaros, distinguir notas e absorver melodias. Na tentativa de sorvê-las, entrelaço palavras, distribuo retalhos investigando o admirável, modesto momento onde me entrego a escrever.