Alma Pesada

Anoiteceu

Com rachas expostas imersas em cor

Banhadas as noites ausentes de broto: anoxemia

Verde agouro; sol de mimeógrafo pungindo alhures

Meus românticos versos em verbos velados.

Tenho estado em inconstante estado, assim de lado

Paquiderme a soar os septos sobre as penteadeiras

Desacompanhadas guerreiras unidas ao vulto

Mil vezes seu insulto a adquirir palatites por grunhidos consonantais.

Não têm a ginga vocálica; não sem a pinga pesada e itálica

Que me açoita enviesado à Pisa, fazendo-me comperto

Torno-me mar volúvel, feixe sem escamas

Candelabro a soprar em noite boreal.

Apesar das galhas faríngeas, apresento-lhes os molares

Em timbres de estares abominados, viris

Pensei, por pouco, ser escória; usar quepe e coisas a fio

A me compelir laços com retóricas meladas.

Revirar a história; desencabular rastros da memória

Parecer ser o mover do tempo, o cigarro que apaga a esperança

Verdadeiro, repentino, avesso e conluio em contradança

Tentei ser a chuva descendo mansinha e naufraguei vexatoriamente, de frente pro espelho.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 03/11/2006
Reeditado em 03/11/2006
Código do texto: T281479
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