DE AMOR FERIDO....

Dominado pela dor, lavado em lágrimas, fenece o amor, explode em desrazão, sanidade não há mais, não..... Vertentes do mal, asas do bem, som sem harmonia, cores sem sintonia....... Caminhos tortuosos caminhei, lá se vão saudades, realidades, sonhos, irrealidades, materialidade, maldade, luxúria e danação, coração amarrado, pensamento cegado...... fiquei de joelhos então, seu corpo em minha mão, rodei um mundo sem chão, você era tudo..... meu altar, ícone de minha visão, minha lenda, mito..... vestal, deusa da criação, fui pura vazão, me lancei todo, perdição...... acalento e carinhos recebi, mentiras contadas ouvi, falácia em sermão, retóricas expandidas, sábias de enganação..... meu sangue fervilhando, em borbotão, crente como um são..... genuflexo do prazer, irmanado à vontade, juntos em procissão, rio da vida descendo as encostas, supre espaços carentes de paixão..... e crescem como lavas do coração, messe do futuro, colheita perdida, alma escondida, flor em botão, fonte clara, de águas amenas, levadas pela razão..... você perto e distante, romance fechado, não escutado, despercebida a grande questão, amar a vida, ao amor, a nós não, surge a ferida, não fecha..... é querida, projeta o mundo cão.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 27/02/2011
Código do texto: T2818158
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.