colegial
O sol queima meus olhos, melhor deixá-los fechados.
Andando nesses corredores vazios onde meus passos ecoam o som da nossa glória.
Respiro forte, tento o possível para erguer minha cabeça.
O corredor vazio agora está cheio, olhos se viram para mim como rifles.
Prossegue uma guerra silenciosa.
Guerra sem sangue, guerra que me destrói.
Uns esbarram por mim e outros nem chegam perto. Prendo a respiração, o ódio toma conta de mim.
Passo por todos sem olhar pra trás, repito milhões de vezes meu karma.
O desjejum de campeão barato misturado com o gosto de raiva incentiva qualquer coração partido a sangrar e bater e bater e bater.
Aperto meus punhos, porque hoje eu vou lutar, lutar até esfolar meus dedos.
Bater de olhos fechados, até cansar.
O medo faz o ambiente feder, mas ninguém reclama do cheiro.
O sol ainda bate no corredor, não vou desistir.
Vou ficar aqui por três anos.
Três anos.
Três anos na defensiva