Mulheres que Correm com os Lobos 365 Dias no Ano
Na mais bela e doce fragilidade
Encontra-se a mais perfeita dualidade
Aquela que faz do sim e do não
A sempre encruzilhada do caminhar
Inquestionável versatilidade dos sentidos
Que faz tudo parecer possível
Quando enxergam a essência do que fala os olhos da alma
Tocam as sensações das sentidas emoções
Aspiram os aromas de todas as flores
Mesmo àquelas que brotam em lugares inóspitos
Fazem da solidão o abrigo perfeito
E no silêncio ouvem as vozes amadas
Não bastassem tantos sentidos
Há a beleza da intuição
O sexto mais certo sentido onde alimentam o sonho
Que imaginam viver daqui a instantes
Mesclam o sentir no ir e vir do viver
E sendo assim incendeiam almas gélidas,
Aquecem os seres cansados,
Abrigam no seio os filhos queridos
E ainda contemplam perplexas os valores vis
Daqueles que por certo não enxergam sua essência
Apenas as medem nas formas do físico
E esquecem-se das variáveis intangíveis que pousam em seu íntimo
No entanto, muito mais que formas e curvas perfeitas
Emergem do nada enquanto lágrimas rolam
E quem sabe sussurram o belo no gemido de prazer
Ah! E como se não bastasse a dor que calam na alma
Renascem das cinzas tantas vezes, que nem mais se conta
São a fonte no verão dos insaciáveis
São folhas descoladas ao vento no outono da vida
A largarem olhares, no horizonte, plenos de sabedoria
Ah, mulheres! Aconchego feito lareira no frio
São tantos os ciclos nas estações do tempo
E elas tal ponteiros incansáveis
Aferem os desgastes da vida
Mulheres que ondeiam e que ousam demais
No sempre reinventar dos mesmos caminhos
Memória completa dos fatos vividos
Resquícios da vida e de todos os seres que carregam dentro de si
Mistérios de buscas e prazer na eterna devoção do doar
São acima de tudo almas saqueadas e mutiladas
Que transbordam repletas de suas próprias crenças soterradas
Mas insensatas que são, atraem os opostos arredios
E por fim muitas vezes velhice esquecida
Jogadas no paredão da existência
Quando aparentemente quase nada resta do tudo que são para tantos
Brilha a inesgotável sutileza da força que remove montanhas
E eis que a integridade é mulher
Na versão mais perfeita do que se considera
Um ser humano realizável...
Sim, assim são as mulheres!