A outra

Não nasci para ter saudade, porque sou impaciente demais para esperar.
Não nasci para sentir esta dor que me varre de fora à fora,
Este vento Litoral que trás meu sul para o meu Norte....
Esta agonia de aguardar que teu eu se achegue ao meu...
Que a tua bússola aponte só em minha direção...

Sei que nunca mais terei uma noite de amor como aquela primeira que nos pertencemos...
Minha poesia esteve nos nossos lençóis...
Nosso amor mais lindo...tanto de minha quanto de tua vida, eu sei...

Derepente tú te viras e me diz que o nosso caso nao vai mais além...
Porque na sua cama te espera um outro alguém,

Agora me diga: O que eu vou fazer com esse sentimento que está entalado na minha garganta e nao desce?
É horrível saber que só o meu amor não satisfaz você...
Estou aqui agora, meu ingênuo coração está aqui também tentando entender...

Você me liga altas horas e diz que quer ouvir a minha voz...
Me diz que sente falta do que a gente faz debaixo dos lençóis...
Onde só estamos nós... só eu e vc... e tú sacias teu desejo da poetisa.

O fim da história sei de cór ...
Porque tú te vais e eu fico na pior...
Porque quando vais ti levas daqui e deixa a saudade...
E a saudade não perdoa, invade o meu peito dá um medo...
Que é tão intenso, sei lá ...não sei explicar ...
E nem posso ...

Reclamar não... não possuo este direito...
Você me pediu liberdade... e eu te dei ....
Eu te peço para ficar ... um pouco mais ...
Está doendo, aqui dentro no meu peito, mas estou cumprido o prometido...
Estamos fazendo do seu jeito...
Mas faça do meu jeito também...

A lucidez está chegando...
E eu me pergunto... será que realmente não és feliz com ela?
Porque é na cama de teu casamento que te deitas todos os dias...
E eu aqui sozinha...contando até os segundos para ouvir tua voz...

Você me liga...diz, vem!
E eu vou correndo, te entregar meus beijos, compartilhar minha alma...
Me sinto casada...
Ridículo...sou apenas... a outra.
Aquela que é sempre substituída por outra...
Que só é amada vez ou outra...
A que nunca tem nada, nem direito de amar...porque tudo é da outra.
Com ela tens de fato compromisso...
Comigo? Tens sexo gratuito e de sobremesa meu amor.

Não me deves nada, eu é que me devo...


(Inspirado em uma poetisa daqui do recanto...)


Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 08/03/2011
Código do texto: T2834976
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