UMA PAUSA NA POESIA

Devido a confrontos internos

Devido ao tempo maldito

Sufocada em meu próprio grito

Pauso minha doce alegria

Estacionada em eternos conflitos

Queria ficar mais um pouco

Queria com furia agarrar-te

À intensa poesia entregar-me

Me desnudar com palavras

E expor minh'alma ao vento leste

É hora de por os pés no chão

À triste realidade voltar

Abandonar os meus sonhos

Amar os meus desesperos

Rasgar todos os meus desejos

Não é por vontade que te deixo

Não é por falta de inspiração

É apenas obstinação

De um querer que não é meu

Resgardando-me a sarjeta.

Poesia amadas me despeço de ti

Poemas queridos até mais breve

Meus versos que agora abandono

Como mãe que não pode mais criar

Os seus pequenos filhos sem dono.